Capa do livro

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Poemas do livro

NA ALGIBEIRA DO CASACO

Bem sabes que não acredito muito neste mundo
E quanto à aqueles planos que me seguravam à vida
Como réstia de esperança sabes bem que eram apenas
Engraçados farrapos remendados e se te prendeste a eles
Vais me pensar perto como as flores que recebes
Ao entardecer e como não me verás
Farás romarias intermináveis à memória falarás com amigos
E nenhuma canção esquecida na algibeira do casaco
Irá consolar-te como estas linhas aliás
Que não são curvilíneas como o teu corpo


TATUAR TEU CORPO DE ESTRELAS
Debaixo do cajueiro nenhum beijo acontecia
Enquanto a chuva cantava as folhas acenavam
Batidas pelo vento fugiste com as tuas mãos
Foste ao encontro da chuva correste
Como se a falta de estrelas te enlouquecesse
Ias ao encontro de que sonhos?
Ou era mesmo a chuva a bater com sua dança no asfalto
E a saltar que te entusiasmava?
Tuas tranças voaram acariciadas pela chuva
Recordo ao tirares a blusa a flor dos teus seios
O perfume que te envolvia ou era o desejo
Que ardia em mim? disse que teu sorriso brilhava
Mais que o canto das estrelas ao teu corpo
Eu só queria tatuar de estrelas
E mandaste-me passear
Expus meus sonhos na balança dos teus desejos
Eu só queria viajar na aerodinâmica dos teus beijos
E agora ando ando ando atrás de algo
Que só existe na minha imaginação
Se vieres agora com o coro das tuas seduções
Não me entrego não dou-te como flor um abraço
Digo-te que não voltes nunca pois compreendi
a beleza de um cacto no deserto repara bem
Que tem flor e até sombra

Nenhum comentário: