Capa do livro

terça-feira, 30 de setembro de 2008

SOL DE ACÁCIAS

Nós bebemos chá às dezassete
enquanto o sol se inclina
E o sonho vai crescendo crescendo
Leio no Time as últimas do Pentágono
As avionetas abatidas pelos cubanos
Contento-me de saber teu sonho ser grande
E longe de murchar
Penso na dança do mar
Vejo gatos em telhados de zinco
Multidões deliram no Central Park
Ao som de Paul Simon
Ray Phiri faz suas acrobacias recordando Soweto
Vejo-te entrar por essa porta de monges
Que antes julgaste maldita
E sorris quando te vês ao espelho
Tuas lingeries secando ao sol da manhã
Os sonhos são como as mães?
E pés de crianças pisam minas em Angola Afeganistão ou Moçambique
Pedi-te água e deste-me e deste-me também amor
Abraçaste as acácias vermelhas de Huambo
Recordaste Maputo
Quando cá cantaste em paz
E foges agora de tuas emoções tuas sensações de criança mulher
Percorres as estradas do mundo solitária
Fugindo dos amores que inventaste e queimaste
E dizes acreditar em algo de grande em nós
Para além de toda a imaginação
E persistes solitária procuras
A paz agradou-te quando estiveste nas muralhas da China
E choraste na praça de Tianamen
Como em 68 na Paris dos estudantes
Tu vais solitária e precisas urgente que sejamos nós
Que amemos pelo menos que amemos pelo menos
Para começar do zero para começar
Procurando em nós algo de superior
Como tu quando mergulhas sem preconceitos
E corajosa na imaginação
Tu detestas e gostas amas exiges de nós
A comparticipação que o amor merece
Sabes quanto de ti somos nós
Por isso persistes na tua jornada águia
Desnudas os boulevardes quando brincas na torre Eiffel
Dançaste Bessie Smith e disseste
Que eram vozes de negros escravos que regressavam
E sabes também fingir e fingiste pássaros de papel
De amor de amor verdadeiro
Nós adormecemos nas cidades de concreto
Enquanto Berberes sonham com areias do deserto
Teus avós mortos sabes não mais o comércio triangular
A morte de elefantes e as missangas que te encheram os olhos
E roubaram-te gentes fugiste da Somália
Quando viste homens em couraças militares
Beijaste crianças e tuas mãos enterraram cadáveres no Ruanda
Deitaste-te nas praias do pacífico
Cobriste-te com estrelas
E Muroroa foi teu pesadelo
Embarcaste nos barcos da Green peace
Chamaste terríveis ao homens chamaste e amaste
Mergulhaste em ti e procuraste o além em ti
E ofertaste e amaste mais uma vez e ofertaste e amaste
E nós adormecemos em cidades de concreto
Que sabes iremos um dia destruir raivosos
Que tu sabes iremos queimar com napalm
E que iremos matar outros homens
E que iremos destruir outros animais
E tu mais uma vez irás amar
Irás oferecer os caminhos que percorreste
Enquanto isso esperas e outra vez amas
E vês o sol e vês a lua
Quão bela é a noite com estrelas
E vês o mar o mar com corais multicolores
E viajas e dás-te a terra do espaço e viajas
E dás-te a terra do espaço
E vê-la inteira de azul
O buraco no ozono queima-te
Esfria-te os sentimentos
E suplicas aos homens aos homofabers
Dás-te inteira por cada pomba liberta nos espaços sem armas
Choraste de contente
Quando viste Mandela fora das masmorras
Plantaste árvores plantaste
E imaginaste os humanos
com novos sentimentos
E quando acordas dizes sempre fria
“As mulheres são proletárias dos proletários”
São máquinas de transporte são
Menos nos caminhos que percorreste
Porque sabes serem inéditos os caminhos que percorreste
Tua mãe chora o Vietname que teu pai faz em casa
A napalm que entorna
Com a bebedeira das esquinas
Terna terna terna
Pousas o copo de whisky
Que depois entornas
Nos retratos dos ditadores
E quando sais à varanda
Descobres a Marilyn Monroe
Num strip tease nas estrelas
Essas suas provocações
Nesses dentes brancos
Me incitam à derrota

TENTÁCULOS DE ESTRELAS

Podes agitar
Os teus cabelos esta noite
E sorrires amor
O céu trará
Seus tentáculos
De estrelas

AS ESTRELAS NÃO VIRÃO ESTA NOITE

Dá-me a tua mão mas isso não te contentará eu sei
Obcecada que estás pela chama das estrelas
Eu não te posso consolar então e por mais que tente
E meus dentes e sorrisos rimem com os meus passos
Falta-me qualquer coisa dos grandes homens Bantos
Nem Mbila e nem Mbira toco como poderia então
Estender tapetes de sons para a tua passagem
Ou capulanas em noites de loucura?

terça-feira, 23 de setembro de 2008

QUADRO

Abri os cortinados de par a par para que o sol

Entre em cena como nos quadros surrealistas

Em que o céu é devorado por um azul

Sem o ruído das nuvens

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Declamei na rua D´arte



Declamar na rua D´arte foi bom, foi oportunidade para rever velhos amigos e aos palcos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Declamar na Rua D´Arte



Amanhã quarta feira 10 de setembro, vou declamar poemas do meu livro a convite da Rua D´Arte, no seu recém aberto bar temático sobre de Jazz, cimema e fotografia na baixa de Maputo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Biografia de Chagas Levene

Chagas Levene nasceu em Moçambique na província de Nampula, distrito de Angoche em 1971

Foi um dos fundadores do grupo literário Geração 70, da revista literária Oásis e da união Nacional dos Escritores. Tem poemas publicados em Moçambique nos jornais Domingo, Savana, o Universitário e Lua Nova, nas revistas Tempo e Oásis. Publicou também no folheto Português em cordel e na revista electrónica Maderazinco. Em Portugal consta da antologia “Encontro com Escritores”. No Canadá publicou na revista de poesia Éloisis. No Brasil publicou na revista Poesia Sempre. Na Inglaterra consta da antologia Charrua and beyond.

Trabalha como consultor e pesquisador é licenciado em relações internacionais de diplomacia. Antes frequentou sem conclui-los cursos de ensino médio de jornalismo, Electrotecnia e mecânica

Para além da poesia participou em exposições colectivas de artes plásticas. Dedica-se também a fotografia, a declamação de poesia, vídeo e faz experiências e várias formas de expressão artística.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Meu Livro Na Imprensa




A única crítica ao meu livro, foi escrítica por Laurindos Macúcua, o editor da página cultural do "Semanário Independente" de Maputo. É desnecessário falar mais do que o texto do Laurindos diz. Clique na imagem para amplia-la.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Meu novo livro

Estou com algumas dúvidas na escolha dos poemas. Mas meu novo livro de poesia ou melhor os poemas que poderão fazer parte do meu novo livro de poesia já existem. já tenho um título para o livro. Estou em dúvidas, se o livro terá 54 páginas ou menos, ou mais? mas não mais que 55.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Meu livro na imprensa

Com o titulo "Não me proclamo poeta tenho medo da próxima esquina ", o jornal Notícias do dia 17 de Dezembro, quarta feira no seu suplemento cultural publicou a entrevista que Alexandre Chauque me fez. A entrevista versa sobre o livro e outros assuntos relacionados com a criação literária.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lancei ontem o meu livro




Prefácio do livro tatuagens de estrelas

Por Francisco Noa

A poesia pode significar? No célebre poema do norte-americano Archibald MacLeish, sugestivamente intitulado “Ars Poetica”, a resposta nao podia ser mais peremptória: The poem should not mean/ But be. Isto é, claramente somos remetidos para a poesia como finalidade em si mesma, no sentido de que não interessará que ela signifique, mas que sobretudo seja. Este pode ser um pressuposto importante ao (e para) ler este primeiro livro de poesia de Chagas Levene. Por um lado, tomando o poema “Inventar um passo de dança” (p. 58): Dizem-me que te preocupas comigo confesso que continuo A escrever poemas mas não penso em publicar livros Estou apenas a exercitar-me como um bêbado vulgar Que procura inventar um passo de dança Segurado a um candeeiro de iluminação percebemos que estamos diante de uma “autopsicografia” poética despretensiosamente assumida pelo sujeito. E a mensagem subjacente é, deveras, sugestiva : um poeta que se preza não escreve livros, faz poesia. Uns dos mais emblemáticos exemplos desse princípio, quase sagrado, encontrámo-lo no patriarca das letras moçambicanas: José Craveirinha, a quem é dedicado o último poema da presente obra. Como se sabe, o número de poemas publicados pelo poeta da Mafalala é infinitamente inferior ao que ficou por publicar. Não surpreende, pois, que na poesia de Levene nos confrontemos com a perplexidade do sujeito em relação ao processo no qual ele próprio se vai inscrevendo e dele vai emergindo: “Meu Deus / O que é a poesia? / Sinto-me deprimido e com a gaveta a abarrotar de papéis” (p. 9). Nesta tentativa de lermos esta obra, como uma forma de ser poesia, temos, por outro lado, uma espécie de volúpia de sonoridades que lhe dão forma e sentido. Sem ser necessariamente musical, esta é uma poesia sonora na sílaba, na palavra e melódica no verso que, mais do que afirmação do quer que seja, é, sobretudo, uma busca das suas possibilidades plásticas. Naquilo que poeticamente pode ser construído enquanto emanação da linguagem, da razão, da sensibilidade e da imaginação. Como que movido por um rumorejante apelo rítmico e musical, os poemas vão eles próprios cadenciando-se na descontinuidade da mancha gráfica (alternância entre poemas longos e curtos), no resgate dos tons e dos sons, tal o caso das aliterações presentes, por exemplo, num verso como “Pensando bantas pernas esbeltas ao vento” (p. 11), das onomatopeias “dong, dong, dong” (p. 41), “Bum Bum Bum” (p. 67). Afinal, como ele próprio assume, “A minha língua materna/ É o som das palavras” (p. 20). A vocação musical da poesia de Levene pode também ser encontrada na reiterada identificação com ritmos: o “Mtsitso” (p.3), o “kuduro” (p. 14), a “sungura” (p. 17), “timbilas” (p. 27), “Jazz” (p.35), “Rap” (p. 39); com músicos: “Paul Simon”, “Ray Phiri” (p. 23), “Gabriel, O Pensador” (p. 73) ou com instrumentos: “Mbila” (p. 45), “piano” (76). Apesar de afirmar que “agora ando ando ando atrás de algo/ Que só existe na imaginação” (p. 5), encontramos, nos diferentes poemas desta obra, múltiplas e variadas referencias ao mundo envolvente do sujeito e que traduzem um intimismo do quotidiano, ora dialogante ora questionador quando não mesmo celebrativo. Como diria T.S. Eliot, a poesia está oculta dentro de nós e nas coisas que nos rodeiam. O mérito é descobri-la e dar-lhe vida. Às vezes, com os pequenos nadas ou com os enigmas indecifráveis de que é feita a nossa existência como, por exemplo, o amor: O amor é uma estátua surrealista uma criança nos seus braços Um adolescente sorrindo um homem se ajoelhando O amor é um velho pedindo mais um dia (p. 33) A vibração e a sensibilidade juvenis desta obra, ao lado das promissoras pospostas literárias de outros jovens como Awita Malunga e Eusébio Sanjane, um sopro estimulante de frescura, indiciam que a literatura moçambicana nao morreu, afinal. Com alguma timidez, é certo, ela parece querer seguir o exemplo de outros mais dinâmicos do nosso panorama artístico, caso das artes plásticas ou da música, em que os executantes do rap e do hip hop, ousados e reinvintivos na mistura de ritmos, sons e de linguagens, desbravam novos caminhos para a arte e para a cultura. Ainda é obviamente muito cedo para afirmarmos que em Levene achamos definitivamente um poeta. Mas Tatuagens das Estrelas é seguramente um passo importante nesse sentido. Por outro lado, fazendo parte de uma geração que se quer afirmar artisticamente, Levene mostra-nos que, para que tal se alcance, não é necessário recorrer à obscenidade gratuita, à caceteirice, à imitação barata e à irreverência irracional e gratuita. E, sobretudo, sem pressa nem vedetismos. Que ele prossiga, pois, com muita humildade, método, rigor, labor oficinal e muita imaginação, a exercitar-se sempre e em crescendo “como um bêbado vulgar/ Que procura inventar um passo de dança/ Segurado a um candeeiro de iluminação”. A poesia, e todos nós, ficar-lhe-emos naturalmente gratos. Maio de 2007

Apresentação do livro

A direita do autor a Dra Ana Boene, representante do patrocinador o banco BCI-Fomento, tecendo
Considerações a volta do livro

Apresentação do livro

Momento em que o DR Nataniel Ngomane procedia a Apresentação do Livro

Momento da Leitura do poema o amor é um rio


sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Haverá poesia e música

Para os interessados no lançamento do meu livro, prometo desde já que declamarei alguns poemas do livro e haverá boa música, para além da sessão de autógrafos

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Lançamento do livro"tatuagens de estrelas"


CONVITE

Lançamento do livro"tatuagens de estrelas"

Chagas Levene tem o prazer de convida-lo(a) ao lançamento do seu livro de poesia intitulado "tatuagens de estrelas", que decorerá na mediateca do BCI-Fomento (espaço Joaquim Chissano), no dia 11 de Dezembro, terça feira às 18 horas.

Antecipadamente agradeço a sua presença.

Poemas do livro

NA ALGIBEIRA DO CASACO

Bem sabes que não acredito muito neste mundo
E quanto à aqueles planos que me seguravam à vida
Como réstia de esperança sabes bem que eram apenas
Engraçados farrapos remendados e se te prendeste a eles
Vais me pensar perto como as flores que recebes
Ao entardecer e como não me verás
Farás romarias intermináveis à memória falarás com amigos
E nenhuma canção esquecida na algibeira do casaco
Irá consolar-te como estas linhas aliás
Que não são curvilíneas como o teu corpo


TATUAR TEU CORPO DE ESTRELAS
Debaixo do cajueiro nenhum beijo acontecia
Enquanto a chuva cantava as folhas acenavam
Batidas pelo vento fugiste com as tuas mãos
Foste ao encontro da chuva correste
Como se a falta de estrelas te enlouquecesse
Ias ao encontro de que sonhos?
Ou era mesmo a chuva a bater com sua dança no asfalto
E a saltar que te entusiasmava?
Tuas tranças voaram acariciadas pela chuva
Recordo ao tirares a blusa a flor dos teus seios
O perfume que te envolvia ou era o desejo
Que ardia em mim? disse que teu sorriso brilhava
Mais que o canto das estrelas ao teu corpo
Eu só queria tatuar de estrelas
E mandaste-me passear
Expus meus sonhos na balança dos teus desejos
Eu só queria viajar na aerodinâmica dos teus beijos
E agora ando ando ando atrás de algo
Que só existe na minha imaginação
Se vieres agora com o coro das tuas seduções
Não me entrego não dou-te como flor um abraço
Digo-te que não voltes nunca pois compreendi
a beleza de um cacto no deserto repara bem
Que tem flor e até sombra

terça-feira, 6 de novembro de 2007

16 anos a sonhar com a poesia

De certeza aprecio a poesia a mais tempo. Mas tenho a certeza que 1991, ficou marcado para mim por ter abraçado a poesia como uma amada, que por mais que queira não a posso abandonar, pois andamos como um rio e sua margem até ao mar.

Em 1991, eu não estava preocupado com a poesia, mas com a Filosofia, aliás, anos atrás já me preocupava com a Filosofia devido a alguns livros de Psicologia que vieram parar à minha mão e, eu devorava com imenso prazer. A reflexão filosófica atirou-me aos braços da poesia. Aceitei os braços, porque constatei que estava, mais acelerado na compreensão da poesia, ou pelo menos julgava que sim, mas piada é que não ganhei nenhum prémio no único concurso de poesia em que participei, mas ganhei um prémio de prosa na escola secundária Josina Machel, cujo prémio nunca parou em minhas mãos. E depois ganhei um prémio científico. A Poesia que estava comigo em sonhos, continuava comigo e me atormentava porque exigia cada vez mais tempo e eu não conseguia conciliar com o curso de engenharia técnica mecânica e, nem a mudança para a electrotecnia resolveu, porque a poesia surgia imponente, em tudo o que fazia.


Apesar da poesia perturbar, 1991 foi bom, comecei a conhecer os poetas Norte americanos que estudo até hoje. Ezra Poud, Ts Elliot, WCW sobretudo, mas também Witman, Ferlinguethi um beatnik que me arrastou para o mundo do Jazz. De Poud já sabia da importância da música para que a poesia, é Poud o quem diz " a poesia se estraga quando se afasta muito da música como a música se estraga quando se afasta demasiado da dança". Os betniks deram-me a música. Justificaram-me, como os dadaitas deram-me o sentido de humor.

Conhecer Maiyakovski e Neruda foi também bom, sobretudo o primeiro por razões obvias para alguém que escrevia poesia e queria declamar, e declamei alguns textos, quando junto com o Celso Manguana andava pelos bares da baixa, e conhecemos o declamador de poesia Jaime Santos, quando o conflito armado ainda não havia findado. Mas foi sob a inspiração do filme "the Doors" de oliver Stone que achei que podia declamar com alguma competência, antes achava que mesmo com o conhecimento dos dadaístas, que continuo a respeitar, não estava preparado. Mas os dadaístas ensinaram-me muita coisa, o sentido de humor sobretudo. Mas não deixarei de referir o surealismo, porque tive que ultrapassar o dilema, o poeta escreve porque está inspirado ou escreve porque quer escrever? os surealistas ensinaram-me a escrita automática. de essa altura mesmo sem inspiração sento e escrevo, escrevo e depois arranjar o que se escreveu.

Depois sucederam-se autores, foram buscas encantadoras, porque sempre que sentia faltar algo, os autores apareceriam como se fosse um encanto. Foi a altura mais misteriosa para mim, conseguir encontrar bons autores sem ter ninguém vivo a me orientar. Seguir apenas o que a minha consciência mandava, apalpava terrenos experimentava, aprendia apenas com o que os mestres escreveram. Foi bom não ter tido mestres a me importunar no meu dia a dia em papos de cafés em Maputo. Foi o caminho que encontrei, foi o que segui, mas penso que de certeza é sempre bom ter alguém com quem conversar. Conversei muito com o Celso Manguana. Falávamos sobre tudo, na altura acreditávamos que estávamos avançados para a nossa geração, tínhamos boas bibliotecas individuais. Posteriormente conhecei o Augusto, este surpreendeu-me na a rapidez com que começou a devorar os livros. Posso dizer que ele têm bons conhecimentos de poesia, de modo que vale a pena sentar com ele num café e falar. Mas conheci mais pessoas que de vez em quando quero pretexto para a poesia penso nelas, como o Ruy Ligeiro, o Folige, o Muhai entre outros. Foi o que o mundo da poesia deu-me em Maputo. A Poesia deu-me também a possibilidade de conhecer a minha única amiga poeta a Mafalda Leite. A poesia foi mais reconfortante que a academia onde estudei que para alem de grandes coisas ensinou-me a baixeza e torpeza.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Uma recordação da produção do tatuagens de estrelas

Quando soube do banco BCI Fomento que haviam aprovado o meu livro para ser patrocinado, comecei a pensar nas hipóteses de produção. A produção no geral não apresentaria um grande problema na medida que eu trabalharia com uma editora, a Njira. Mas eu preocupava-me com outros detalhes, como por exemplo que imagem usar para a capa? Foi aí que surgiu a ideia do fabuloso quadro de Van Gogh. Mas também falei sobre o assunto com o arquiteto e docente universatário Vino Mussagy meu amigo, que também nutre paixão pelo Van Gogh, chegamos ate a aventar a hipótese que ele faria a capa.

Ao falar com a Mafalda, ela sugeriu que poderia pedir ao Naguib que fizesse a imagem da capa, por acaso cheguei a contactar o Naguib que aceitou ceder uma trabalho seu e tambem sugeriu que talvez fosse melhor usar um quadro deum artista jovem. Mas o Van Gogh não me saiu da cabeça. Dos três quadros que conheço do Van Gog que possuem estrelas, de certeza o que mais cativou-me foi o quadro "paisagem com cipreste".

E como entrou o TinVon Konow na equipa de produção? A ideia de o Tim fazer a capa do livro e provável maquetização do livro foi me sugerido pelo mesmo em Maputo num jantar em que estava também a encenadora e professora universitaria finlandesa Katariina. Quando o Tin Mudou-se para Portugal, não achei problema porque sempre poderia fazer a produção usando a internet. De facto um ano depois foi como pensamos e fizemos a produção da capa, comunicando por telefone e internet. Em verdade achei que o Tim fez um trabalho maravilhoso com a capa. Posteriormente foi necessario envolvera Njira, e o aranjo grafico da capa foi feito em Maputo por Laércio Mabota maquetisador da CIEDIMA, local onde se impremiu também o livro.

Paralelamente a capa trabalhava com a Njira na produção do miolo na gráfica CIEDIMA. O primeiro miolo produzido tive que recusar porque foram de poemas que eu fiz a revisão no ano passado, provavelmente podem pensar que não tinham grandes diferenças com o que fiz a revisão no mê de Março, mas são as minhas preferências, mesmo que relativas ou transitivas, enquadram-se dentro de uma lógica que informam a minha produção poética.

O segundo miolo foi produzido já com minha supervisão directa, trabalhando com o gráfico da CIEDIMA, o Larécio Mabota, uma vez que os trabalhadores da editora Njira estavam de férias colectivas. Acho que com o Larécio ficamos 20 dias fazendo o trabalho, inserindo os poemas que corrigi no mês de Maio e ao mesmo tempo corrigindo, o que achei que podia estragar alguns poemas, a nível técnico.

O Augusto e a Etna meus velhos amigos encarregaram-se da revisão ortográfica. Tenho que confessar que eu já estava impossibilitado de detectar seja o que quer que fosse relativa a gralhas, por isso fiquei sossegado quando o Augusto e a Etna se predispuseram a ajudar na produção fazendo a revisão. Posteriomente quando o Fernando Couto regressou das suas férias, confirmou a revisão ortográfica e fez mais algumas sugestões. Produzimos mais três provas de página.

 A Mafalda foi quem ajudou  n arrumação e dos poemas e outras sugestões. Para além disso o Francisco Noa deu também suas sujestes.


Para meim este é o livro dos amigos, porque se não tivessem sido meus amigos este livro nunca teria sido publicado. Eu teria continuado a escrever poemas, com imenso prazer e publicar em revistas e sei lá o que mais.